sábado, 5 de dezembro de 2009

Saga de Severinin


Peço atenção dos senhores

Pra história que eu vou contar

Falo de Severinin lavrador tão popular

Que morava numa palhoça

E cultivava uma roça perto de Taperoá

E Severinin todo dia lavrava a terra macia

E terra lavrada é poesia

Mexe com a mão na terra

Sobe essa serra corta esse chão

Planta que a planta ponte

Por esses montes lã d'algodão

Severinin vivia até feliz

Enchendo os olhos com bem d'rais

E mesmo a plantação tava bonita em flor

E a seu lado sua companheira

Tinha o seu amor

Mas como diz o ditado e haverá de se esperar

Depois de tudo plantado

Fazendeiro pede pra Severinin desocupar

Já tinha até fruta madura

Jirimum enrramando no terreiro

E tinha até um passarinho

Que além de ser seu vizinho

Ficou muito companheiro

Chega tanta incerteza

A alma presa quer se soltar

Luta, luta sozinho

Qual o caminho de libertar

Severinin ficou sozinho e só

Ingratidão não pode suportar

Correu para o sul

Aí a construção se viu

De uma vez por todas

De uma vez por todas

Desabar.


Vital Farias